Porto Nacional sempre integrou os grandes debates e projetos políticos dentro do estado do Tocantins, o título de Capital da Cultura e berço intelectual, faz jus as diversas correntes de pensamentos e ideias que se aperfeiçoaram com o surgimento de líderes e movimentos que sempre deixaram em evidência o pensamento e a capacidade do povo portuense em se organizar e inovar em projetos e deixarem sua marca.

Em observância ao cenário politico municipal e as eleições de 2024, e visualizando a importância de uma candidatura coletiva, a portuense Mara Felícia Carvalho Uchoa Coelho, “Felícia Uchôa”, confirmou nesta quarta-feira,(08) dia Internacional da Mulher, sua intenção de participar pela primeira vez de uma eleição para a vaga de Vereadora em Porto Nacional.

Em Sessão Solene em homenagem ao Dia Internacional das Mulheres, realizada na Câmara Municipal de Porto Nacional, e que teve autoria da Vereadora Rozângela Mecenas, a convite da parlamentar, Felícia usou a tribuna e reiterou sobre a luta da mulher  e pontuou a importância de ocupar espaços de representatividade.

Felícia Uchoa, é tocantinense da gema e portuense do pé rachado como gosta de afirmar, tem 29 anos, é uma mulher trans, cabeleireira, micropgmentadora, acadêmica de Direito e Odontologia, filha da dona Francisca Josilene Carvalho Uchoa profissional da Saúde e moradora do setor Jardim Querido e atual Presidente da Associação de Moradores do Setor.

Felícia conta que percebeu o momento e ouvindo seu grupo de apoio e sustentação decidiu colocar o seu time em campo, e está á frente da primeira candidatura coletiva conduzida por uma mulher trans no Município.

Em entrevista ao site Capital da Cultura, Felícia Uchoa falou das suas bandeiras, coragem de encarar o processo eleitoral, a defesa da comunidade LGBTQIA+, pautas sociais e a luta contra o preconceito.

Projeto de candidatura coletiva em Porto Nacional

Conhecido como candidatura coletiva ou candidatura compartilhada, é uma forma de exercício de cargo eletivo legislativo, em que o representante se compromete a dividir o poder com um grupo de cidadãos.

Felícia Uchoa detalhou sobre o projeto e o foco de sua atuação em Porto Nacional.

“ O projeto é de espelhamento em outras regiões que tiveram a iniciativa e que com a mistura de ideias e posicionamentos de diferentes pessoas no grupo teve êxito e acertabilidade, eu acho importante a construção do projeto em Porto Nacional devido não existir rotatividade no legislativo municipal.

Bandeiras a serem defendias no legislativo portuense

Ciente do seu lugar de fala e reconhecendo a importância da representatividade e visibilidade, Felícia expõe seu sentimento e se diz segura e preparada para o projeto.

“A vida pública hoje no Brasil é muito volúvel, mas pretendo ingressar com o sonho de fazer diferente e lutar pelas pessoas , principalmente os que tem mais dificuldade e falta de oportunidade de falar e ponderar as lágrimas de anseios diários de falta de oportunidade pois acredito que quem se dedica a enxugar a lágrima do outro não tem tempo pra chorar.

Quero ser o brilho e a voz que falta no legislativo de Porto Nacional, sem a quebra de decoro dar um “sacode e fazer a diferença”.

Militância e defesa da comunidade LGBTQIA+

Com muita consciência de sua formação social e sabedora da necessidade de uma maior representatividade politica em bandeiras que ela defende como cidadã, Felícia reforça como pretender atuar na vida pública.

Sou uma mulher trans que como todas ainda passa por muitos desafios para me manter viva no país que mais mata trans e travestis no mundo. Me orgulho da minha origem, sou cabeleireira e micropigmentadora, ambas profissões liberai. Uma mulher aguerrida e determinada , destemida e formadora de opinião.

Sou militante das causas sociais e sindicais, e quero lutar em defesa da comunidade LGBTQIA+, pretendo como agente pública uma vez passando pelo processo eleitoral, ser uma defensora dos direitos dos profissionais liberais em vulnerabilidade profissional, autônomos no geral da sociedade, lutar pela defesa das mulheres na sociedade e meu olhar sempre estará posto equidade/ direito / e inclusão.

Texto: Willian da Luz 

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